domingo, 2 de maio de 2010

Portugal, 20 anos de “New Deal”

Desde que nasci, em 21 anos, não me lembro de alguma ver ter ouvido falar em expansão da economia Portuguesa. As crises da economia portuguesa seguem-se umas as outras, sejam porque não somos produtivos o suficiente (a não ser que tenhamos orgulho em pagar mais impostos, não encontro qualquer incentivo para o sermos) seja porque a conjuntura mundial não o permite.

Sócrates continua a sorrir para todas as câmaras televisivas que o rodeiam. De vez em quando lá é apanhado a ser ele próprio, pouco “manso” e mal educado. O que me preocupa não são estas suas características educativas, as quais são claramente inerentes as suas origens e à sua educação (ou falta) mas sim, o tipo de governação que este leva. A divida pública e o défice das contas publicas portuguesas estão entre os maiores da Europa. Esta situação poderia não ser tão preocupante caso tivéssemos um plano sustentável e realista para os pagar, como é o caso do Reino Unido.

Ao contrario do governo irlandês, que foi o primeiro a dar o exemplo de como diminuir a divida publica, o governo português decidiu mais uma vez dificultar a situação económica das famílias portuguesas. E tudo isto porque valores mais altos como o TGV se elevam.

Aqui ficam alguns comentários ás políticas do actual governo socialista:

  • A criação de um novo nível de impostos sobre rendimentos (45%) vai sem dúvida ter consequências negativas. Para aqueles que possivelmente poderiam ser afectados por esta situação a resolução é criar uma empresa e receber o ordenado através da empresa, pagando assim menos de IRC do que IRS. Para os outros, que no futuro poderiam ser prejudicados com esta situação, aumenta a vontade de sair de Portugal. Isto porque ninguém me diz que daqui por 10 anos não vai haver um escalão de IRS de 60% para pagar a próxima divida publica.
  • A diminuição dos benefícios fiscais, em especial nos PPR’s só pode ter consequências negativas nos níveis de poupança nacionais. Eu própria me vi afectada por esta medida, na qual especificamente, em vez de abater 400 euros nos impostos vou abater 0. (Portugal está tão bom que até os estudantes universitários já fazem PPR’s)
  • A falta de criação de incentivos ao trabalho e o aumento de certas despesas sociais só pode ser uma brincadeira de mau gosto. Um dos maiores problemas dos portugueses é literalmente “a preguiça”. Incentivar esta preguiça só vai aumentar o fosso entre os que trabalham e os que parasitam....Apesar de não ser do PSD devo confessar que no programa de Pedro Passos Coelho há algumas coisas que me agradam tais como, a criação de um tributo solidário. (Sistema existente nos E.U.A).
  • A última critica que faço é em relação ao continuo “New Deal” português. A maioria dos governos portugueses acredita piamente num estado Keynesiano, ou seja, o estado deve intervir em fases complicadas da economia, tal como Roosevelt fez nos ano 30 nos E.U.A. Socrates segue o mesmo caminho, tentando estimular a economia e o emprego através da despesa publica (TGV e obras publicas)..... Este tipo de politica nunca funcionou em Portugal e com certeza não é agora que vai funcionar.

Apesar de não partilhar de todo da ideologia politica inerente nas mediadas acima descritas, não gosto de criticar sem mostrar alternativas....

Como tal, continuo a acreditar num escalão único de IRS, numa escolha livre entre sistema de reformas privado, publico ou misto, num incentivo ao trabalho e que as empresas que operam no mercado devem ser aquelas que o consumidor escolhe, sejam elas privadas ou públicas.

(Para um detalhe mais alargado de todas estas ideias convido os leitores deste blog a lerem um dos meus livros preferidos: “Free to Choose” de Milton Friedman.)